terça-feira, 12 de agosto de 2008

Um país de idéias erradas

Foi-se o tempo em que você ia ao mercado pela manhã e encontrava produtos por um preço e no mesmo horário no dia seguinte, estava exorbitantemente acima do que você tinha comprado antes, tudo devido à inflação.
Sob uma nova moeda o Brasil viu este fantasma esquecido, estagnado. E com uma sucessiva política de acertos o país voltou a crescer, e se tornar uma nação emergente. Hoje estamos entre as 15 maiores economias do mundo, somos o 5º país em território e temos a 3ª maior cidade do mundo São Paulo.
No cenário atual, nossa moeda está cada vez mais sendo valorizada sobre o Dólar, um fator prejudicial aos exportadores, mas de extrema importância para os importadores, a tecnologia se torna mais barata e uma variedade de coisas que antes era impossível para muita gente agora é real.
Segundo pesquisas recentes diminuiu-se o número de pessoas que vivem a baixo da linha da pobreza em menos de 10 anos. Cada vez mais os índices econômicos mostram dia-a-dia que o país está em imponente ascensão.
Mas ainda temos a corrupção que apodrece nossa democracia, temos o tráfico que a polícia não consegue controlar e temos agora mais do que nunca a falta de investimento na estrutura principal para o desenvolvimento do país... Os transportes.
São erros e mais erros ao longo de anos, antes o transporte fluvial era a principal maneira dos colonizadores irem desbravarem fronteiras e fundarem diversas cidades no interior do território brasileiro. Abandonou-se este meio para se investir uma barbaridade na malha ferroviária pelos idos do século XIX e até a metade XX, não só para transportar pessoas os trens eram responsáveis pelo escoamento da produção agrícola e industrial do Brasil, onde também foi deixado de lado para as rodovias serem a bola da vez.
Como é de se imaginar, a falta de manutenção levou a União a conceder trechos a concessionárias para poder dar maiores cuidados ao que hoje ainda é o meio de transporte mais usado para passageiros e para o escoamento da produção. O que restou das rodovias pertencentes ao domínio público estão num verdadeiro fiasco.
Em um mundo globalizado a atração do momento tornou-se então os aeroportos, afinal Nova York não fica logo ali, Pequim também não... E adivinhe o que está acontecendo agora... Uma crise aérea!!!
Ninguém mais vai de navio de Porto Alegre a São Paulo, ou de trem de Uruguaiana a Chapecó, quem vai se arriscar a ir de carro de Butiá para Curitiba, com o preço da gasolina e as más condições da estrada, asfalto, sinalização, sem falar no horror dos preços dos pedágios. Simples vamos de avião!!!
Íamos seria o tempo verbal correto de se usar. Pois, depois de dois acidentes aéreos em menos de 10 meses com mais de 350 vítimas no total, controladores de vôo cansados, estressados, de greve, falhas nos Cindactas, pistas de pouso que não dão sustentabilidade as aeronaves, Overbookink’s (passagens vendidas a mais do que os lugares dos aviões)... Uma bagunça total, quem viaja de avião é por extrema necessidade ou está dando muita “sorte” para o azar.
Fraudes estão sendo investigadas na Infraero, até mesmo desvio de verbas de aeroportos para o MST, a Revista Veja já investigou e publicou. E quem paga por isso? 350 mortos?
A Empresa Aracruz celulose já anunciou até 2011, que todo seu transporte de madeiras será feito por hidrovias, quatro novos portos serão construídos no RS apenas para isso. Agora o que está acontecendo? Será que estamos retrocedendo?
Se estamos mesmo “rebobinando” a gente não sabe, mas se daqui há alguns anos você estiver indo para São Paulo de navio ou de trem, apenas por não achar seguro outros meios de transporte, não se espante... Do jeito que o Brasil anda, não podemos duvidar. Pois aqueles carrinhos voadores que estamos acostumados a ver nos filmes de ficção, não veremos tão cedo.

Editorial Jornal Sobral 2007

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