terça-feira, 12 de agosto de 2008

A ESPERA DE UM MILAGRE

Essa história é antiga, bem antiga, dos tempos do seu avô pra ser bem sincero. É uma história que chega a ser cansativa de tantos capítulos que tem, são idas e vindas, infinitas. Esse ano sai, não, para o próximo, não de novo, no próximo quem sabe? E ai se vão 15 anos. Alguém sabe do que estamos falando? Chutem!
Para quem respondeu Jacuí I está de parabéns, acertou em cheio a maior incógnita gaúcha das últimas décadas. Milhões de Reais investidos, e até agora nada. O que há de errado alguém sabe explicar? Por que em todo ano que antecede uma eleição, as especulações voltam? Empresas assumem a obra, criam novas expectativas na região, deixam o povo que já é carente de empregos e desenvolvimento por natureza, esperançoso.
Céticos nem acreditam no que ouvem, devido a tantas promessas milagrosas em tantos anos, pois a obra está lá abandonada, mas certos são eles, que não sofrem de um mal chamado politicagem, do verbo enganar, iludir.
Nesta semana foi anunciada a retomada da construção da Fase C da Usina Presidente Médice em Candiota, a Candiota III, como era conhecida desde a década de 80 quando o projeto foi concebido, na mesma época em que foi lançado o projeto da Jacuí I. Em março de 2005 os destaques nos noticiários de toda região e até no estado diziam o seguinte: "As obras da usina termelétrica Jacuí I, em Charqueadas, já têm data marcada pra começar: até o final de junho deste ano (2005). A Região comemora a criação de 3 mil empregos diretos na construção do empreendimento, além de outros 600 permanentes, na operação da usina. O investimento total será de US$ 500 milhões para uma capacidade instalada de 350 Megawatts (MW), com geração de energia programada para 1º de janeiro de 2009.
Respondam caros leitores se não lhes dá um pouquinho de raiva em seus corações ler um “troço” desses. Completando esta indignação, nesta quarta-feira, dia 7, foi divulgada a primeira parcial das empresas habilitadas para o próximo Leilão de Energia Nova, que define os rumos da matriz energética brasileira, ou seja, como serão gerados os próximos Megawatts que abastecerão nossas cidades. Adivinhe? A Jacuí I não está neste leilão, aliás, ninguém sabe como ela conseguiu entrar no leilão passado, pois o prazo já havia vencido, somado a diversos outros problemas até a entrega dos papéis no Ministério de Minas Energia. Tantos empecilhos que só aquele termo citado algumas linhas acima pode explicar: “POLITICAGEM”.
Mas no fim da história a Jacuí I não sai do papel nunca, por causa de um “problema ambiental”, digamos assim. A FEPAM, órgão que licencia, controla, aplica as leis e supervisiona questões de impacto ambiental dentro estado, até hoje, ao que dizem, não liberou a instalação da Jacuí I, por algum risco ambiental que ela pode causar a longo-prazo para nossa região, que já possui outras duas usinas Termelétricas. Apesar de o fato ser este, encontramos na internet um documento que seria a Licença Ambiental com data de 21/12/2001 em nome da então GERASUL, que era responsável pela usina.
Se em 15 anos o problema maior foi a questão ambiental, o que podemos esperar daqui para frente desta usina, se o que só se fala agora é em redução de emissão de gases tóxicos, aquecimento global, efeito estufa, fontes de energias renováveis e não poluidoras? Tirem o cavalinho da chuva os esperançosos de plantão, pois mais do que nunca este setor esteve tão ameaçado, e se os reais motivos para a construção da usina não eram esses, agora mais do que nunca há um prato cheio de desculpas para que ela realmente não venha a funcionar.
A nós, que somos eternos dependentes do carvão e herdeiros viciados desta visão obsoleta de desenvolvimento, só resta ficarmos A Esperar Um Milagre, para quem sabe um dia vermos esta tão sonhada usina, funcionando.

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