terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Volta

Ao certo muitos estranharam a ausência desta coluna na semana que passou. Com apoio dos meus diretores achei melhor deixar de escrever semana passada, pois caso eu escrevesse todos saberiam do assunto e este já havia dado muito pano para manga.
Mas para aqueles que ainda não me viram, tranquilizem-se, pois o susto passou, as dores e o inchaço graças a Deus também.

Esta semana fui liberado, aos poucos, para retornar as atividades físicas, jogos, academia e a Cia de Artes Universo em Dança, onde até desta tive mas abster de participar, chegando a prejudicar o grupo em um espetáculo que faríamos em Caçapava do Sul no último sábado. Mas Paciência! Com o andar da carruagem, as melancias vão se ajeitando.

Não foi preciso interromper meu trabalho, porém algumas faltas passaram a entrar para a rotina, consultas, exames e etc. Num desses, na segunda-feira tive que ir a São Jerônimo e fiz a besteira de ir de ônibus.

Caos nas Estradas

A situação da estrada Butiá – São Jerônimo, RST 470, a estrada do inferno como o Jornal Sobral mostrou diversas vezes é caótico, sem contar os ônibus que fazem este trajeto.

Para quem não sabe a RST 470, na realidade é uma BR que vai de Camaquã aqui no Rio Grande do Sul até a cidade de Navegantes em Santa Catarina. Como quem a administra no trecho gaúcho é Governo do Estado, ela passa a ser na realidade a RST 470.

A rodovia que tem mais de 470 km é toda asfaltada no trecho catarinense, sendo a principal "artéria" do Vale do Itajaí e também uma das principais vias de acesso ao Porto de Itajaí e ao Aeroporto de Navegantes. Já no trecho gaúcho acontece o oposto, menos de 40% de seu traçado possui asfalto e seu projeto está praticamente abandonado.

Dentro de seu trajeto que passa pela Região Carbonífera ela contemplaria, se saísse do papel, a famosa ponte entre São Jerônimo e Triunfo, com um vão de 900m, e o asfalto completo de São Jerônimo a Porterinha na sub-estação do Areal, que tem 19,2 km de extensão.

A Politicagem Eleitoreira

O primeiro trecho de asfalto que esta rodovia recebeu foram os 6km entre a entrada de São Jerônimo e a famosa “curva da morte” ainda no início dos anos 90, depois 1 km no meio da rodovia foi asfaltado. Não me pergunte por que apenas 1 km e ainda no meio da rodovia, certamente foi num período eleitoral.

Assim como aconteceu nas vésperas da re-eleição de Olívio Dutra que foi derrotado pelo Rigotto, quando mais 6km seriam asfaltados, dois lotes de três. Antes da eleição eram máquinas dum lado pro outro, a estrada ficou um tempão interrompida e após a derrota a rodovia foi aberta sem a obra estar concluída.

As máquinas foram embora e o resultado a estrada ficou pior do que antes, hoje é um inferno na terra. E a notícia boa é que em 2010 parece que as obras serão retomas. Legal, pena que 2010 é um ano de eleição de novo e já sabem se a atual governadora perder... Babaus!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Indubitável

Errou aquele que teve uma falsa premonição do seu fim. Triste está nesse momento aquele que torceu pela sua desgraça. Mas como não se enlutar quando os valores estão inversos, quando é tentado nos vendar os olhos para aquilo que todos sabem que está errado, porém tapam o sol com a peneira.

Depois de toda tempestade, fria, escura e devastadora sempre vem a calmaria e a luz, essa que é tão indispensável no dia a dia e nos revitaliza cada manhã, como um sinal de recomeço e clareza.

Não importa se quem tem o poder, deu falso testemunho e nos virou as costas. Não importa se o processo não está claro e até quem sabe irregular. Não importa se hoje somos minoria. Não importa! Nada importa quando você se tornou um grão de areia, fronte a um oceano de interesses.

Ora optávamos pela imparcialidade, sem renegarmos que nos acolhia, mas agora como negar a “bala na agulha” do outro lado quando seus vínculos estão em níveis escalonados dentro da colméia.

A arrogância, a soberba e o popular salto alto foi uma lição desestabilizadora, abriu os olhos e mostrou que nem tudo é como se pensa que é. Ninguém mais anda com as próprias pernas, alguém sempre resolve para alguém seja qual for a enigmática e suas variáveis.

Só que ainda assim o coração não para de bater um só instante, o pensamento não descansa um segundo e o remorso também. Feliz daquele que consegue escrever sua história sem os contra tempos daquilo que já foi escrito, superando-os como se nada acontecesse.

Já que assim foi decidido, agora é a hora de mostrar mesmo se a força ainda vive dentro de cada um, escondida, hibernada, ou fervorosa. Pequena ou grande ela não pode se apagar e não pode abandonar aquele o utópico projeto exemplar, seguido Ágora à fora.

A brincadeira sadia, às vezes assusta quando ultrapassa o campo da razão, mas também como culpar os arrazionados. Calma! A retórica e a interpretação nem sempre condizem com o real sentido de uma análise às escuras.

De todo texto louco, a sanidade prevalece como num círculo de giz: infinito, porém de giz. O próprio Brecht questiona: “Como é possível ser bom em um mundo mau?”.
Você já escolheu o seu lado? E as suas armas? Eu já escolhi.

Olha como ontem mudou! Hão de aprender caminhando...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Menos um



Um boné voando no ar. Um zunido no ouvido do policial. Um estampido curto, 1seg de duração, não maior que um piscar de olhos, seguido de um corpo caído no chão. Assim se encerrou um drama carioca na última sexta-feira, com um tiro certeiro de um atirador de elite do Batalhão de Operações Especiais – Bope. O Brasil se livrou de mais um criminoso, louco, drogado e perigoso. Muito perigoso.

O tempo de raciocínio do atirador era contado em milésimos, a mira era milimétrica, sem contar a respiração controlada, a precisão no tato, muita frieza e um preparo psicológico inigualável.

Um descuido do sequestrador, o desespero da vítima, e as negociações irremediáveis fizeram do sniper (como é chamado o atirador) aferir seu fuzil e disparar uma bala que viaja 800m por segundo.

Como se posiciona em lugares altos, o atirador tem condições de colher informações sobre o inimigo durante os longos períodos da negociação. Só ao final de todas as tentativas, quando o comandante envia sinal, é que o franco atirador entra em ação.
A decisão de puxar o gatilho durante uma ação policial com refém é o último e mais arriscado recurso. Seu erro é fatal.

Antítese do 174



O sequestro do ônibus 174 em junho de 2000 no Rio de Janeiro foi um dos mais famosos do Brasil, com 5 horas de duração e transmissão ao vivo pelas emissoras de TV. Com o desfecho mais vergonhoso da história do Bope, junto com o caso da menina Eloá, a partir dele é que foi criado um departamento especializado em atiradores de elite. Hoje somam apenas 15 sniper, que treinam exaustivamente todo dia, tentando chegar o mais próximo da perfeição.

No 174, Sandro Barbosa havia entrado para cometer apenas um assalto, mas acabou ficando preso no ônibus, com isso fez 11 passageiros como refém. Assustou fotógrafos e cinegrafistas disparando um tiro contra um vidro, simulou matar uma refém para pressionar a polícia, e enviava recados pelo vidro, onde as reféns escreviam com batom.

Prometeu matar todo mundo às 18h daquele dia, mas somente às 19h30min saiu para a rua usando uma professora com escudo humano. Um policial do Bope, precipitado, foi em direção de Sandro e disparou um tiro com uma sub-metralhadora, errando e acertando a cabeça da professora.

Sandro foi rapidamente imobilizado por outros policiais, que o levaram para o camburão e lá foi morto por asfixia antes que fosse linchado pela população.

Depois do 174 tudo mudou, ele foi a antítese para tudo isso.

Eloá morreu pelo despreparo




A menina Eloá podia estar viva hoje, se os atiradores de elite paulistas fossem tão preparados e eficientes como os cariocas. Após mais de 100 horas de cárcere privado, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e da Tropa de Choque de SP explodiram a porta - alegando, posteriormente, ter ouvido um disparo de arma de fogo no interior do apartamento - e entraram em luta corporal com Lindemberg, que teve tempo de atirar em direção às reféns.

A adolescente Nayara deixou o apartamento andando, ferida com um tiro no rosto, enquanto Eloá, carregada em uma maca, foi levada inconsciente para o Hospital tendo morte cerebral hora mais tarde.

Uma ação policial trabalhada, que resultou na morte de uma inocente.