segunda-feira, 29 de junho de 2009

Contagem regressiva



Faz tempo desde aquele ano de 1993 quando pela primeira vez na vida eu entrava na invernada artística mini-mirim do CTG Saudades do Pago. Era um “toco de gente” que aos poucos aprendia danças simples, que toda criança sabe, tipo Pezinho, Maçanico.
Em seguida veio a primeira pilcha, as primeiras apresentações, a mãe coruja babando em volta, e mais outras danças, Chote de Quatro Passi, Chote de Carreirinha e por ai vai.

Ano a ano aconteciam evoluções. Mudavam os instrutores, entrava uns saiam outros. Cada vez mais aprendíamos danças novas, não demorou muito vieram os primeiros sapateios. Lembro como se fosse o hoje o “Tio Ito” um dos instrutores que passaram pelo CTG Saudades do Pago ensinando o “Taco, ponta e pé”, assim repetidas vezes, até agente conseguir acertar. A coordenação era difícil uma barbaridade.

Em 2000, o Tinho Almeida e a Luziana Jukoski passaram a ser os novos instrutores das invernadas do CTG. Com isso formamos um grupo consistente, robusto e seguro. A partir disso foram mais de cinco anos de amizades e grandes parcerias. Com a idade chegando a mudança e categoria era obrigatória. Da Mirim passei para Juvenil e da Juvenil para Adulta. Aprendemos todas as danças tradicionais, fomos a concursos, rodeios e sempre almejávamos um dia participar do Enart, o maior concurso amador de danças do mundo, promovido anualmente pelo MTG, o quê infelizmente não chegou a acontecer.

Mas como nada é eterno, sob uma nova administração, o novo Patrão decidiu acabar com os grupos da entidade. A atitude não foi bem quista por muitos, mas no fim foi aceita.

Nesse meio tempo já existia o Grupo de Projeção do Iecpac, também coreografado pela Luzi e pelo Tinho, mas que não tinha muito a ver com danças tradicionais gaúchas.

Era mais voltado para o folclore latino, com Malambos, Boleadeiras e algumas danças gaúchas estilizadas.Alguns dos antigos integrantes da invernada já dançavam nesse grupo, mas a maioria do pessoal não.
Aproveitando quando foram abertas triagens para pessoas que tivessem interessadas em dançar no grupo do Iecpac. Eu e mais a galera que estava sem dançar, nos inscrevemos, fomos aprovados e começamos a integrar o Grupo de Projeção.

Em uma eleição o novo nome do grupo foi definido como “Companhia de Artes Universo em Dança”, para participarmos do nosso primeiro concurso de nível estadual o Bento em Dança, onde fomos campeões.

A partir disso o grupo não parou de crescer, fomos campeões no ano seguinte do Festival de Dança da Serra Gaúcha em Canela, no outro ano do Porto Alegre em Dança, depois do Taquari em Dança. Em 2007, desbravamos as fronteiras do Rio Grande do Sul e fomos campeões do Balneário Camburiú em Dança em Santa Catarina. Não tendo mais o Brasil por limite alguns integrantes buscando maior qualificação técnica em 2008 participaram na capital Argentina, Buenos Aires, de cursos e fóruns sobre Tango e Folclore Argentino.

Dezesseis anos se passaram desde aquele 1993 e agora em 2009, em uma parceria com o Grupo Raízes de Taquari e com o Instituto Cultural Português a Cia de Artes Universo em Dança estará participando de sua primeira turnê internacional de shows pela Europa.

O grupo ao qual eu estarei junto partirá no próximo dia 21 de julho para Portugal e Espanha, onde ficaremos por 15 dias se apresentando em escolas, teatros e instituições culturais dos países. Levaremos um pouco do folclore gaúcho, com misturas de Danças Tradicionais e Danças de Projeção.

Apoios importantes de empresas, das prefeituras e do próprio governo português foram essências para a realização da viajem. Ainda faltam mais de 20 dias, mas a contagem regressiva é grande para que esse dia chegue. Formaremos uma delegação de 30 pessoas, 19 de Taquari e 11 de Butiá.

A cidade deveria se orgulhar e apoiar ainda mais esta iniciativa, que levará seu nome junto para o outro lado do Atlântico. De lá, do velho continente, estarei através deste espaço contando a todos vocês leitores, como estará sendo esta experiência pessoal que é de suma importância para o Cia de Arte, mas mais ainda para o engrandecimento cultura de Butiá.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Estamos Prontos?



Políticos, intelectuais e autoridades, – entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – cada vez mais defendem a legalização do consumo pessoal de maconha. Será que o Brasil está pronto a seguir o exemplo holandês, onde a droga é liberada?

O debate sobre a legalização do uso pessoal da maconha não é novo, mas mudaram seus defensores. Agora, não são hippies nem pop stars. São três ex-presidentes latino-americanos, de cabelos brancos e ex-professores universitários, que encabeçam uma comissão de 17 especialistas e personalidades: o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, de 77 anos, e os economistas César Gaviria, da Colômbia, de 61 anos, e Ernesto Zedillo, do México, de 57 anos. Eles propõem que a política mundial de drogas seja revista.

Fumar maconha em casa e na rua deveria ser legal? Legal no sentido de lícito e aceito socialmente, como álcool e tabaco? Começando pela maconha. Fumada em cigarros, conhecidos como “baseados”, ou inalada com cachimbos ou narguilés, a maconha é um entorpecente produzido a partir das plantas da espécie Cannabis sativa, cuja substância psicoativa – aquela que, na gíria, “dá barato” – se chama cientificamente tetraidrocanabinol, ou THC.

Na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, ninguém exalta as virtudes da erva, a não ser suas propriedades terapêuticas para uso medicinal. Os danos à saúde são reconhecidos. As conclusões da comissão seguem a lógica fria dos números e do mercado.

Gastam-se bilhões de dólares por ano, mata-se, prende-se, mas o tráfico se sofistica, cria poderes paralelos e se infiltra na polícia e na política. O consumo aumenta em todas as classes sociais. Desde 1998, quando a ONU levantou sua bandeira de “um mundo livre de drogas” – hoje considerada ingenuidade ou equívoco – mais que triplicou o consumo de maconha e cocaína na América Latina.

s EUA gastam US$ 35 bilhões por ano na repressão e, em pouco mais de 30 anos, o número de presos por envolvimento com drogas decuplicou: de 50 mil, passou a meio milhão. A cada quatro prisões no país, uma tem relação com drogas. No site da Casa Branca, Obama se dispõe a apoiar a distribuição gratuita de seringas para proteger os viciados de contaminação por Aids. Alguns países já adotam essa política de “redução de danos”, mas, para os EUA, o cumprimento dessa promessa da campanha eleitoral representa uma mudança significativa.

A Colômbia, sede de cartéis do narcotráfico, foi nos últimos anos um laboratório da política de repressão. O ex-presidente Gaviria afirmou que seu país fez de tudo, tentou tudo, até violou direitos humanos na busca de acabar com o tráfico. Mesmo com a extradição ou o extermínio de poderosos chefões, mesmo com o investimento de US$ 6 bilhões dos Estados Unidos no Plano Colômbia, a área de cultivo de coca na região andina permanece com 200 mil hectares.

Há 200 milhões de usuários regulares de drogas no mundo. Desses, 160 milhões fumam maconha. A erva é antiga – seus registros na China datam de 2723 a.C. –, mas apenas em 1960 a ONU recomendou sua proibição em todo o mundo. O mercado global de drogas ilegais é estimado em US$ 322 bilhões. Está nas mãos de cartéis ou de quadrilhas de bandidos.

Outras drogas, como o tabaco e o álcool, matam bem mais que a maconha, mas são lícitas. Seus fabricantes pagam impostos altíssimos. O comércio é regulado e controla-se a qualidade.

Crescem entre estudiosos três convicções. Primeira: fracassou a política de proibição e repressão policial às drogas. Segunda: Não há investimentos em saúde pública para sanar viciados. Terceira: somente a autorregulação, com base em prevenção e campanhas de saúde pública, pode reduzir o consumo de substâncias que alteram a consciência.

Hoje se prende um traficante, surgem outros no lugar, num sistema cíclico infinito. É importante ressaltar que a proposta da comissão defende a descriminalização do uso pessoal da maconha em todos os países, por ser a droga menos danosa ao organismo, e a mais consumida. Porém seria leviano incluir drogas mais pesadas, como a cocaína, nessa proposta.

*Pesquisa Revista Época

terça-feira, 16 de junho de 2009

Liberdade? Por que se calar?



A Coréia do Norte, considerado o país mais fechado do mundo na atualidade, por não ter regime diplomático com nenhum outro país do planeta terra, anunciou esta semana a condenação de duas jornalistas americanas a 12 anos de prestação de serviços forçados. Ambas receberam esta pena por terem cruzado ilegalmente a fronteira do país e devido à prática de “grave delito” não especificado pelas autoridades locais.

Um dos últimos países socialistas do mundo, resistente desde o fim da União Soviética, curiosamente o nome oficial da Coréia é República Democrática Popular da Coréia. Que de democrática não tem nada! É uma ditadura proletária estabelecida desde 1940 e é administrada por Kin Jong II há 15 anos. Ele mesmo se considera o último stalinista do planeta, referindo-se a Josef Stalin ex-governante dos soviéticos.

Além dos diversos testes nucleares realizados nos últimos dias, o quê enfureceu o mundo todo, os norte-coreanos ameaçaram nesta terça-feira, dia 9, iniciar uma guerra se as pressões aumentarem pela liberdade das jornalistas presas e condenadas.

Ai eu me pergunto e peço que vocês leitores reflitam junto comigo: Onde está a tão afamada liberdade? Refiro-me não só a este país socialista, que é a caixa de pandora da modernidade, mas ao mundo todo. Ouve-se muito falar:
- Este é o período mais liberal do planeta.

Tudo bem que por anos Hitler, Mussolini, Stalin, Fidel, e tantos outros, como o nosso Regime militar e o AI-5 encurralaram a população e tiraram delas de forma quase total o sentido de liberdade, porém hoje mesmo com a “democracia” ela ainda não é uma verdade absoluta. Os próprios jornalistas que o digam.

O sonho da liberdade de imprensa e da imparcialidade são utopias de nós acadêmicos de comunicação. A política rege muito os passos da mídia no Brasil, além dos interesses econômicos. O bonachão Roberto Marinho até sofreu um pouco durante a ditadura, mas viu com o regime democrático e sua influência, seu patrimônio triplicar, assim como o domínio intelectual da população sob os “dogmas” da Rede Globo.

Muitas redações são repletas de listinhas do tipo “esse pode entrevistar”, “esse não pode”, como acontecia com o Correio do Povo até ser vendido para Rede Record. Sem contar os velhos anunciantes que possuem aquela prioridade na notícia ou na omissão dela. E como todo o jornalista tem um ímpeto de escrever e escrever sobre aquilo que quer, a profissão se limita intelectualmente além de limitar a verdade.
Limite e liberdade não são sinônimos.

Pode ser que as jornalistas americanas Laura Ling, de 32 anos, e Euna Lee, de 36, ambas de uma rede de TV da Califórnia tenham extrapolado sua vontade pessoal e mundial que é desvendar a Coréia do Norte e seus segredos, acabando sendo pegas pelas tropas do exército local. Talvez a rede de TV delas nem tenha autorizado elas a irem tão longe, mas na busca pela liberdade de informação, na busca incessante da verdade, acabaram presas e afastadas da mesma.

Será que existirá alguém capaz de libertar a Coréia e seu povo? Ou ficaremos assim, calados para este país que acha ser capaz de dominar o mundo?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Basta querer



Em conversa com meu colega José de Oliveira esta semana, estávamos nos questionando: Quais os benefícios que a duplicação da BR 290 traria para Butiá? E, quais os benefícios que a Copa do Mundo traria para nossa cidade?

São duas perguntas complexas, onde a resposta deve ser bem pensada.

Primeiramente quando nos referimos a BR 290 e sua duplicação os benefícios não seriam apenas a Butiá, mas a todas as cidades por onde a rodovia passa. Teríamos menos acidentes, já que a maioria hoje acontece por manobras arriscadas e ultrapassagens perigosas em trechos de trânsito crítico. Facilitaria o escoamento da produção e o fluxo de veículos, pois em horários de pico o trânsito se torna quase caótico pelo grande número de caminhões que trafegam na rodovia. Em geral, a viajem a Porto Alegre seria mais rápida e segura.

Fora isso não há outras vantagens de fato para a duplicação. Uma empresa ou outra querer se instalar aqui são outros quinhentos. Não é a BR duplicada ou não que irá atrair empresários e empreendedores. É sim a quantidade de incentivo que o município proporcionar, na busca por novas empresas. O quê por enquanto não vem acontecendo, por não ser prioridade do governo, ou para mantermos nossa atividade principal baseada na silvicultura e na extração carbonífera.

Indústria? Não, por enquanto estamos bem assim! Acredite...

Porém a Copa de 2014 é uma questão que poderia ser estuda. Na contramão da duplicação da BR 290 onde os benefícios seriam indiretos, a realização do maior evento de futebol do mundo, na capital dos gaúchos poderia trazer inúmeras benesses a nossa cidade. Basta querer!

Para quem acompanha as notícias, Caxias e Bento Gonçalves na serra gaúcha serão possíveis sedes de treinamentos para as seleções que aqui jogarem. Rede hoteleira boa, campos de futebol bem estruturados em mais outra série de motivos. Isso tudo a umas duas horas de distância de Porto Alegre.

Será que aqui, a apenas 75 Km da capital, uma hora e alguns minutos de viajem, não poderia ter alguma coisa? Tudo bem que temos poucos hotéis, mas vejam bem... A copa é em 2014, ainda restam cinco anos e meio para qualquer tipo de investimentos.

A idéia do Comitê Gaúcho sobre a Copa é que Uruguai e Argentina joguem aqui, imaginem só, seria perfeito, nossos países vizinhos, aqui do lado. Os hotéis da capital lotarão em breve quando começarem as reservas. Os fanáticos por futebol buscarão as cidades vizinhas para se instalarem e nós estamos aqui com a faca e o queijo na mão e tenho certeza que não cortaremos.

Pode ser um tanto utópico da minha parte, mas se quiséssemos, se fosse uma prioridade, poderíamos investir sim, em algo que nos traria retorno direto. Turistas, centro de treinamento, imprensa do mundo todo, e mais uma série de vantagens.

Lembram de uma das cidades que o Brasil se hospedou na Copa da Alemanha? Ficava a alguns quilômetros da sede dos jogos e o campo de treinamento nem possuía arquibancada, tudo bem o gramado era de luxo, mas se lá aconteceu porque aqui não?

Temos o campo do Butiá, do Brasil, que são os maiores da cidade, poderiam ser reformados, melhor estruturados, e tantas outras ações para turismo, como esqueleto e poço um, que estão jogados ao tempo e permanecerão se desmanchando se ninguém fazer algo de concreto por eles.

Todas as obras que estiverem relacionadas à Copa e forem cadastradas junto a CBF terão obrigatoriamente isenção fiscal. A idéia foi lançada, é grande, sonhadora. A oportunidade é esta, há tempo hábil, basta apenas uma coisa... Tirar do papel e querer de verdade que isso aconteça!