segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Do paradigma à história


Último Registro Fotográfico do Prefeito Sérgio Malta, feito por mim, em agosto de 2009

A morte e seus mistérios sempre causam medo e curiosidade. Ao longo dos séculos em que o homem passou a dominar a terra, estudos e mais estudos não chegaram à nenhuma conclusão sobre o que significa o fim da vida.

Para os céticos a morte é simplesmente o fim, o ponto final. A vida, na visão deles, é uma passagem finita, estipulada, com início, meio e fim. Muitos religiosos, claro que varia muito de religião para religião, acreditam em continuidade. Após a morte, deixa-se o plano carnal (que seria a terra) e passamos a viver no plano espiritual.

Para os católicos há variáveis entre o céu e o inferno, para os espíritas, a reencarnação. E assim dissemina-se mundo fora, de acordo com a crença e a cultura de cada país, diferentes maneiras de encarar aquilo que ninguém aceita.

Às 3h20min da madrugada de domingo quando meu telefone tocou, esperava ouvir qualquer coisa, menos aquilo que eu ouvi. A notícia que o Prefeito Sérgio Malta havia falecido era a única que eu não imaginava receber naquele momento e não estava preparado para ela, como ninguém que a recebeu estava.

De fala mansa, calma, palavras ponderadas, a história política recente do Dr. Sérgio, ou simplesmente Malta se misturam com a minha história dentro do jornalismo, e marca minha vida de vez.

Recém iniciada a faculdade, recém integrando o Grupo Sobral, fui escalado pra fazer minha primeira entrevista exclusiva para o Jornal Sobral com o Prefeito recém eleito, em seu gabinete, isso no ano de 2005. Tremendo mais que vara verde, com uma pauta de perguntas anotadas num bloco de papel, uma vergonha sem tamanho a entrevista foi acontecendo.

Depois, por centenas de vezes o entrevistei novamente e a cada uma delas, mais experiência pude ganhar para exercer a minha profissão.

Profissão esta que também teve o apoio de Sérgio Malta, quando a faculdade me solicitou um estágio curricular obrigatório em assessoria de imprensa, e ele abriu as portas da Prefeitura pra mim, para seis meses de experiência, entre outubro de 2007 e abril de 2008.

Mesmo sendo filiado em outro partido, mesmo com todos motivos políticos adversos, Malta demonstrou sua confiança em mim. Em uma das tantas conversa em seu gabinete, um dia me falou que a minha capacidade profissional, era maior que a política, por isso estava lá dentro.

Tenho certeza que não o decepcionei naquilo que me competia, como nos informativos, artes gráficas, peças publicitárias, e programas institucionais. Ao saber do fim do meu contrato de estágio, numa passada pelos corredores da prefeitura, me deu um abraço e me desejara sucesso.

Retornando ao Jornal Sobral, curiosamente, quis o destino, que quatro anos depois da minha primeira entrevista com Malta, que eu fosse o último repórter, juntamente com minha colega Aline Kaczynski a fazer sua última entrevista exclusiva.

Ele e sua esposa nos receberam em sua residência, num dia de céu nublado, com pássaros cantando em sua varanda, onde optara em dar a entrevista. A imagem que mais me marcou, e não sai da minha cabeça, foi a dele, Sérgio Malta, sentado ao lado de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Esperançoso, recém recuperado, e como sempre atencioso, respondeu a todos os questionamentos, desta vez não mais anotados em um papel, não deixando nada a esconder sobre o processo que estava passando e das próximas etapas que viriam.

Malta lutou bravamente até o fim, não se entregou uma só vez, mas quis Deus que sua hora chegasse. E ela infelizmente chegou. Deixou a vida, para entrar na história. Um nome que não será esquecido tão cedo pela comunidade. Quebrou paradigmas, alçou vôos altos e hoje literalmente lá do alto está a olhar por nós.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Time bom é time que chega



Normalmente me restrinjo a falar de futebol nesta coluna, mas assim como ano passado, não há como encerrar o ano sem falar aqui do Colorado.

O Inter, no ano de seu centenário, justo quando alcançou a histórica marca de 102 mil sócios deixou a torcida com um leve gosto de “quero mais”. Foram seis competições disputadas, em duas sagrou-se campeão e em três, vice.

O ditado diz que time bom é time que chega! E isso há de se concordar, em todas as competições que o Inter entrou, estava em campo como favorito. E o favoritismo é justo de times bons, os ruins ninguém lembra, aliás, os ruins nem chegam lá.

Certo que a final da Copa do Brasil e da Recopa decepcionou muita gente, a culpa pode ter sido do Dunga por ter levado o Nilmar para seleção, ou então da altitude equatoriana. Mas por si só o colorado pecou, cometeu erros, e os bastidores, os fatores extra-campo foram fatores decisivos em alguns jogos.

A falta de vontade de alguns jogadores, o salto alto, o oba-oba, às conspirações contra o técnico Tite, fizeram o segundo semestre do Inter ir dos céus ao inferno em um piscar de olhos.

Só que o Internacional de Porto Alegre é maior que isso, muito maior! Mesmo com a derrota para pseudo-rebaixaixados e empates com times fraquíssimos o Inter foi o MELHOR ataque do MUNDO em 2009 com 152 gols, à frente dos grandes clubes europeus. E isso tudo em 75 partidas e 6 competições diferentes. Foi o time que mais disputou campeonatos neste ano e consequentemente, o time que mais partidas disputou. Recordes e mais recordes!

Sem contar que o Inter continua sendo o último time brasileiro que conquistou a Libertadores da América. É o primeiro e único time brasileiro que valorizou a Copa Sul Americana, sagrando-se campeão.

Ao conquistar a Sul Americana, credenciou sua vaga para disputar a Copa Suruga no Japão, motivos de chacotas para o adversário que usam o seu nome com trocadilhos sem graça.

Pois nessa competição de nome estranho, o Inter atravessou o mundo, foi ao Japão, e mais uma vez levantou outra taça de campeão em terras orientais. Ai vai ter quem diga: “tituluzinho de m...”. É, mas esse título foi o único título internacional, conquistado por uma equipe brasileira em 2009.

Isso mesmo, o Inter foi o único time do Brasil que foi campeão além fronteiras, repetindo o que aconteceu em 2006, 2007 e 2008. Um título internacional por ano!

O engraçado é que quando o Inter chegou com seriedade na Sul Americana, ela era a segundona da América, de acordo com murmurinhos por ai. Agora que para certos times só restaram uma humilde colocação no brasileiro, terão que disputar a bendita “segundona da América” é a competição do ano para eles. Estão certos, de segundona eles entendem!

Mas o que mais importa para o Inter agora é focar em 2010. O novo técnico Jorge Fossati terá um trabalho dificultoso pela frente e uma responsabilidade imensa: Fazer do Internacional Bi-Campão da América. Qualidade de elenco todo mundo sabe que o Inter tem, o que falta muitas vezes é vontade dos jogadores, Fossati veio para mudar isso, juntamente com os novos reforços que chegarão.

Nesta quinta-feira, dia 17, uma grande festa animou o estádio Beira Rio encerrando a programação do ano centenário e comemorando os três anos da conquista do mundo e os 30 anos do brasileiro invicto.

É isso então, Time bom é time que chega! E em 2010 o Inter estará lá,
tentando mais uma vez pintar a América de vermelho, e nós torcedores,
simpatizantes, fanáticos, estaremos a uma só voz : “Vamo Vamo Inter”

E para finalizar, parabéns ao nosso adversário, que este ano foi
aprovado no ENEM: E nem Gauchão, E nem Brasileirão, E nem Libertadores!!!

Tresloucada?

O sentimento e a emoção, muitas vezes, levam as pessoas a extrapolarem o sentido da razão. A mãe que agrediu uma professora foi o assunto da semana e está sendo julgada de louca, desvairada e uma série de adjetivos desnecessários.

A mãe pode ter errado, pode! Ela mesma assumiu isso no rádio, mas perguntem se ela foi ouvida? Se tudo foi esclarecido?

Somente que é pai, ou mãe sabe do sentimento que tem ao seu filho. Porém, em especial, a mulher, a fêmea, seja de qual for a espécie move ‘mundos e fundos’ para defender os seus filhos. Não é só a humana. No mundo animal isso é muito comum. A leoa, por exemplo, mata os leões que se aproximam do seu ninho tentando matar sua prole para que ela entre no cio novamente.

Se a leoa pensasse, ela estaria apenas protegendo os seus filhos e não cometendo um ato irracional. Ela estaria assegurando a continuidade da espécie. O leão por si só, não pensaria assim. Porém ambos são animais, não pensam, agem por instinto, só que o instinto materno é um só, seja qual for a espécie, raça, filo, etc.

Então, como julgar uma mãe que age com o instinto materno?

Já fui aluno e sei como as professoras às vezes te pré-julgam, por uma atitude ou outra, ou ficam de marcação em cima da gente, até por birra. Na contra mão, também já estagiei como professor de informática e sei como alguns alunos incomodam e te tiram do sério.

Igual, nada justifica! Só que julgar, apontar o dedo, incriminar sem ouvir os dois lados, sem saber o que está mesmo acontecendo é muito fácil. Agora quando você é um dos lados da história, tudo muda.

Um natal solidário

Toda criança acredita na magia do natal. Pede, sonha, imagina presentes que queira ganhar do Papai Noel. Pena que nem todos os pais tenham condições financeiras de atender os pedidos de seus filhos.

As crianças carentes também vivem o natal tão quão as mais abastadas, claro que sem requinte algum e na maioria das vezes sem presentes. Os motivos são vários, os pais desempregados, as condições precárias de vida, não possuem pai, ou mãe, entre tantas coisas que poderiam quebrar este encanto. Mas para muitos desses jovens a esperança é o presente, e através de suas cartinhas que postam no correio, sonham serem atendidos.

Por isso, vá até a nossa agência dos correios, pegue uma carta repleta de sonhos infantis e os torne realidade. Vá você que poderia gastar esse dinheiro sobrando em uma bobagem qualquer, vá você que ajuda todo ano e irá repetir o ato mais uma vez e principalmente... Vá você que é empresário que tem infinitas condições de ajudar tantas crianças e muitas vezes cruza os braços como se não fosse com você.

Butiá é repleto de pessoas solidárias, que ajudam e contribuem, mas ainda há aquelas que pouco abrem a mão. Ajude, contribua, se coloque no lugar de uma dessas famílias, volte no tempo, se imagine quando era criança e como sonhava também em ver o Papai Noel, ganhar o seu presente.

Nada no mundo se iguala ao sorriso de uma criança que tem o seu sonho concretizado. Pense Nisso!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A solidez do Festival



Os mais de dez anos que marcaram a ausência no Festival Coxilha Negra podem ficar no esquecimento de vez. Em 2008 seu retorno foi um pouco modesto. Uma grande estrutura foi montada, as músicas eram apenas da linha nativista, porém de excelente qualidade, e os shows foram emblemáticos, reconquistando o público.

Só que 2009 prometia, e a promessa foi cumprida! A estrutura de iluminação, palco, telões e som foram inéditos na cidade. O retorno da linha popular abriu ainda mais as portas do festival para o restante do Rio Grande do Sul, os shows ainda maiores e o resultado foi inegável. As mais de 10 mil pessoas que passaram pelo Ginásio Gastão Hoff, nos cinco dias de festival conferiram: um Coxilha Negra sólido, robusto, que mostrou o porquê de seu retorno, e a força que terá para o futuro.

Os organizadores, os patrocinadores, os colaboradores, a Prefeitura Municipal, peças chaves desta engrenagem, estão de parabéns. Ambos fizeram a cidade se movimentar. O Festival não é só música, ele é dinheiro girando no comércio da cidade. Hotéis, restaurantes, lanchonetes, bares, postos de combustíveis, lojas, ambulantes e tantos outros foram beneficiados com a realização deste evento.

É de eventos culturais assim, com esta grandeza, que a cidade estava precisando. A música emociona o público, arranca aplausos da platéia, cria torcidas, expectativas, faz nascer novos talentos, ou até trazer à tona os esquecidos. A cidade passa a respirar um clima que estava nos fazendo falta e com certeza a partir de agora, não mais abandonará a nossa atmosfera.

Muito Obrigado

Nesta segunda-feira, dia 30, tive a oportunidade de reencontrar a professora Elisabeth Lenzzi, uma das maiores educadoras de nossa cidade, foi professora da minha mãe e tive a honra de também ser educado por ela, durante seis anos no Iecpac.

Após ouvir suas palavras amáveis para comigo, não poderia deixar de externar aqui, publicamente, o orgulho de ter aprendido com ela muito do que sei hoje sobre a língua portuguesa e poder aplicar aqui, nesta redação.

Às vezes nos meus artigos e até mesmo nas nossas páginas do Jornal Sobral, passam alguns erros de português, são crases, vírgulas, concordâncias, e tantas regras que volta e meia nos escapam aos olhos e acabam impressas. Mas damos do nosso melhor, e sempre tento aplicar todos os ensinamentos, tão bem explicados pela professora Beth.

Só tenho a agradecer a oportunidade de ter sido seu aluno e muito ter aprendido em suas aulas. Muito obrigada professora, pela vida toda levarei sua disciplina como exemplo, e todos os seus conhecimentos passados a mim. Mais uma vez... Obrigado!

2010

Com mais um final e ano chegando, as semanas se encurtam, os finais de semana passam a ser repletos de atividades, são festas, formaturas, confraternizações, um mundaréu de eventos e o tempo, este está em contagem regressiva para 2010.

Mais um ano novo, e com ele as esperanças se renovam, as expectativas aumentam, e os sonhos passam a ser desejos. Tomara que tudo de certo à todos nós nesse próximo ano e que nossas metas sejam alcançadas.

Gripe Suína - Verade ou Mentira?

Será que a gripe suina é realmente o problema?
Ou tudo não passa de uma conspiração dos mais poderosos?
Assista, e responda a estas perguntas!




Como já diz a música: Homem Primata, capitalismo selvagem.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A natureza cobra seu preço



As chuvas intermitentes voltaram a se repetir neste final de semana, mais intensas ainda que das outras vezes. Dezenas de ruas ficaram completamente alagadas, a maioria no centro da cidade.

A grande mídia já divulga o porquê dessas chuvas que são as maiores dos últimos 30 anos. Umidade vinda da Amazônia, El niño, e outra série de modelos metereológicos causaram esse aguaceiro brabo.

E está cada vez mais provado que o crescimento desordenado e a falta de um planejamento foram o maior responsável por todos esses alagamentos. Um exemplo que ouço muito as pessoas falarem é como os engenheiros e arquitetos que construíram as Lojas Lebes, na Av. Piratini simplesmente ignoraram o fato de em seu subsolo passar uma sanga? Toda vez que as chuvas começam a loja alaga!

Mas esse não é um fato isolado, com o crescimento da cidade no passado, açudes foram aterrados, sangas desviadas, casas e prédios foram construídos em cima de córregos. Só agora que os resultados estão aparecendo e a natureza talvez se vingando.

Até parece meio clichê ficar jogando a culpa na natureza, usar idéias de ambientalistas, isso ou aquilo. Mas parem para pensar, olhem, observem e analisem em Butiá às margens dos arroios que passam pela cidade.

Acompanhamos o leito do Arroio Cascata (é aquele que passa pela escola Marechal Rondon, depois pela entrada da Vila Julieta, e por fim atrás da Prefeitura) está semana e notamos além de quilos e quilos de lixo que são jogados dentro d’água, muitas casas foram construídas praticamente dentro da margem do arroio, aterrando e diminuindo o curso natural da água. Além de muitas casas em sua volta que jogam seu esgoto descaradamente para dentro do arroio. Num ponto com a erosão que causada pela força da correnteza, mais de 10 canos ficaram descobertos.

Esta não é uma crítica aos moradores! Talvez muitos deles não acompanharam o projeto de construção da casa, ou já compraram a residência sem saber que seus esgotos deságuem dentro do arroio, só que a partir disso começamos a achar explicações para os alagamentos.

E outra, lugares onde antes havia peixes, hoje já não existem mais. Quando os peixes desaparecem a certeza da poluição é inegável.

As chuvas foram excessivas, ninguém nega, mas a partir disso podemos entrar no assunto paradoxal dos ambientalistas. Por que a intensidade dessas chuvas? É o aquecimento global? O lixo, a sujeira, o esgoto, são um dos responsáveis pelos alagamentos?

Lembro-me do Professor Victor Hugo Tomé, além de todas suas qualidades, eram um eterno defensor das causas ambientais. Ainda quando era vivo e trabalhava ao meu lado no Jornal Sobral, estávamos iniciando uma série de matérias sobre o arroio Cascata, relatando que ano a ano seu leito vinha sendo diminuído por construções e aterramento sem autorizações.

Até estava dentro do nosso planejamento, percorrer por dentro do arroio, todo o seu trecho urbano. Isso aconteceria no verão, quando as águas estariam mais baixas, só que naquele verão o Victor passou mal, foi internado e não mais voltou. A matéria por consequência acabou engavetada.

Ele um dia me disse:
- Carinha, não interessa o tempo que vai demorar, mas um dia a natureza vai cobrar seu preço e eu não vou estar vivo para ver.

É ele tinha razão, parece que ela está começando a querer a acertar as contas com agente, e ao que tudo indica, é só o começo.

O que está acontecendo?



Chuvas, chuvas e mais chuvas. Não, esqueci! Chuvas, granizo, ventos e mais ventos, mais chuvas e mais ventos. A pergunta é: O que está acontecendo?

Em apenas dez dias choveu a média de no mínimo uns quatro meses. Butiá que há anos não sofria com este tipo de “imprevistos da natureza” em uma semana foram três alagamentos seguidos. Todos os bairros da cidade sofreram de alguma maneira, todas as pessoas e casas tiveram algum tipo de prejuízo, nem mesmo o comércio, as lojas, e prédios públicos escaparam.

E não foi só Butiá! Pântano Grande, Minas do Leão, General Câmara e muitas outras cidades do Rio Grande do Sul, até outros estados do país. Cenas antes vistas somente pela TV estão fazendo parte de nosso cotidiano. Onde isso vai parar?

É de se concordar que o sistema pluvial de Butiá é obsoleto e foi construído sem nenhum tipo de planejamento ao longo destes quase 100 anos de formação urbana. A cidade foi construída sob sangas e microbacias hidrográficas, somados a canos colocados de qualquer maneira, lixos jogados em locais impróprios, esgoto despejado na mesma rede. Uma soma de fatores ao longo de anos, em que os resultados estão aparecendo agora.

Também não dá para se culpar por inteiro o sistema pluvial, a quantidade de chuvas é que foi absurda nos últimos dias e acabou destacando o problema antigo, mas não foi só a chuva que deixou Butiá em estado de choque, o vento destelhou casas e derrubou árvores, o granizo quebrou telhados.

A Secretaria de Obras, Assistência Social e Saúde estão se virando como podem, enviando equipes de um lado para o outro para tentar ajudar um aqui, outro ali, mas todos foram pegos de surpresa por esta sequência de acidentes metereológicos.

Recordo-me ainda no colégio, lendo a revista Super Interessante, numa matéria intitulada, se a memória não me falha, em “Revolta da Natureza”. Seu conteúdo dava destaque ao aquecimento global e as alterações climáticas e estava escrito em letras bem grandes: “As catástrofes naturais serão eventos cada vez mais comuns em nosso dia a dia, em todos os países do mundo. Só que esta frequência tende a aumentar cada vez mais, a tal ponto que a partir de 2012 (um ano bem sugestivo!) chegará a um patamar em que as cidades, estados, países não terão dinheiro suficiente para se recuperar, devido à eminência catastrófica que será atingida”.

Esta frase não soou bem na primeira vez que a li, isso em 2004, só que cada vez ela faz mais sentido. Depois dela aconteceu o tsunami no pacífico, que repetições anuais. O furacão Catarina foi o primeiro do Brasil e da América do Sul, assustou e causou imensa destruição no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sem contar o Katrina quase tirou do mapa Nova Orleans, secas, as quatro estações não são mais tão bem definidas, prejudicando a agricultura.

Santa Cataria, talvez o estado que mais tenha sofrido com essas alterações climáticas, passou por duas enchentes em menos de um ano, com dezenas de mortos e centenas de casas e cidades destruídas.

É um pouco frustrante você ver tudo isso acontecendo e não poder fazer nada, porque foge do seu controle, é algo em que você deixa de ser o ator principal e passa a ser mero coadjuvante.

Toda a arrogância, ganância, ignorância e o pseudo-poder que o homem acha que tem sobre a Terra, na realidade não existe e isto está cada vez mais evidente. Se tudo continuar assim, se as previsões metereológicas continuarem a se confirmar, se aquele futuro antes distante, está cada vez mais presente é chegada à hora de abrir os olhos e ver que algo está errado, de verdade, e não achar que tudo não passa de teorias babacas ou que isto não acontecerá com agente.

As provas estão ai, ricos, pobres, casarões, casebres, empresários, catadores de lixo, todos estão enfrentando problemas com o tempo e ao que tudo indica, é apenas o começo.