terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O que está acontecendo?



Chuvas, chuvas e mais chuvas. Não, esqueci! Chuvas, granizo, ventos e mais ventos, mais chuvas e mais ventos. A pergunta é: O que está acontecendo?

Em apenas dez dias choveu a média de no mínimo uns quatro meses. Butiá que há anos não sofria com este tipo de “imprevistos da natureza” em uma semana foram três alagamentos seguidos. Todos os bairros da cidade sofreram de alguma maneira, todas as pessoas e casas tiveram algum tipo de prejuízo, nem mesmo o comércio, as lojas, e prédios públicos escaparam.

E não foi só Butiá! Pântano Grande, Minas do Leão, General Câmara e muitas outras cidades do Rio Grande do Sul, até outros estados do país. Cenas antes vistas somente pela TV estão fazendo parte de nosso cotidiano. Onde isso vai parar?

É de se concordar que o sistema pluvial de Butiá é obsoleto e foi construído sem nenhum tipo de planejamento ao longo destes quase 100 anos de formação urbana. A cidade foi construída sob sangas e microbacias hidrográficas, somados a canos colocados de qualquer maneira, lixos jogados em locais impróprios, esgoto despejado na mesma rede. Uma soma de fatores ao longo de anos, em que os resultados estão aparecendo agora.

Também não dá para se culpar por inteiro o sistema pluvial, a quantidade de chuvas é que foi absurda nos últimos dias e acabou destacando o problema antigo, mas não foi só a chuva que deixou Butiá em estado de choque, o vento destelhou casas e derrubou árvores, o granizo quebrou telhados.

A Secretaria de Obras, Assistência Social e Saúde estão se virando como podem, enviando equipes de um lado para o outro para tentar ajudar um aqui, outro ali, mas todos foram pegos de surpresa por esta sequência de acidentes metereológicos.

Recordo-me ainda no colégio, lendo a revista Super Interessante, numa matéria intitulada, se a memória não me falha, em “Revolta da Natureza”. Seu conteúdo dava destaque ao aquecimento global e as alterações climáticas e estava escrito em letras bem grandes: “As catástrofes naturais serão eventos cada vez mais comuns em nosso dia a dia, em todos os países do mundo. Só que esta frequência tende a aumentar cada vez mais, a tal ponto que a partir de 2012 (um ano bem sugestivo!) chegará a um patamar em que as cidades, estados, países não terão dinheiro suficiente para se recuperar, devido à eminência catastrófica que será atingida”.

Esta frase não soou bem na primeira vez que a li, isso em 2004, só que cada vez ela faz mais sentido. Depois dela aconteceu o tsunami no pacífico, que repetições anuais. O furacão Catarina foi o primeiro do Brasil e da América do Sul, assustou e causou imensa destruição no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sem contar o Katrina quase tirou do mapa Nova Orleans, secas, as quatro estações não são mais tão bem definidas, prejudicando a agricultura.

Santa Cataria, talvez o estado que mais tenha sofrido com essas alterações climáticas, passou por duas enchentes em menos de um ano, com dezenas de mortos e centenas de casas e cidades destruídas.

É um pouco frustrante você ver tudo isso acontecendo e não poder fazer nada, porque foge do seu controle, é algo em que você deixa de ser o ator principal e passa a ser mero coadjuvante.

Toda a arrogância, ganância, ignorância e o pseudo-poder que o homem acha que tem sobre a Terra, na realidade não existe e isto está cada vez mais evidente. Se tudo continuar assim, se as previsões metereológicas continuarem a se confirmar, se aquele futuro antes distante, está cada vez mais presente é chegada à hora de abrir os olhos e ver que algo está errado, de verdade, e não achar que tudo não passa de teorias babacas ou que isto não acontecerá com agente.

As provas estão ai, ricos, pobres, casarões, casebres, empresários, catadores de lixo, todos estão enfrentando problemas com o tempo e ao que tudo indica, é apenas o começo.

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