quarta-feira, 6 de maio de 2009

Programa de Aceleração à Cura



Se o Partido dos Trabalhadores pudesse alterar hoje o significado do projeto que visa fomentar a infraestrutura brasileira e promete manter o partido por mais quatro anos a comandar a nação, eles fariam.

Sábado à tarde o Brasil parou para ouvir Franklin Martins, ministro de comunicação social, anunciar ao lado da ministra chefe da Casa Civil Dilma Rouseff e sua equipe média a patologia mais dramática que uma pré-candidata ao planalto poderia enfrentar, um câncer linfático.

Independente do tipo, mas um câncer por si só desgasta a imagem de uma pessoa, a debilita fisicamente, tumultua uma família e cria uma rotina que perdura por anos. Fora isso, todos os processos quimioterápicos, radioterápicos, cirurgias, processos ambulatoriais e uma série de exames que transformam o dia a dia dela em uma verdadeira luta pela vida.

Uma pessoa de vida pública, Dilma tinha o queijo e a faca na mão, para ano que vem tentar derrubar outra vez os tucanos e manter sua utópica “esquerda” lá no Palácio do Planalto. Mas agora além de uma agenda cheia de eventos, inaugurações, posses, obras, lançamentos de pedras fundamentais, que serviam de marketing indireto para realçar a imagem da ministra, agora se homogeneizará com uma agenda hospitalar.

Tratada pelos principais médicos do Brasil, num dos principais hospitais do país, Dilma enfrentará os piores meses de sua vida. Piores mesmo! Aqueles anos de ditadura e tortura que ela sofreu quando fazia movimento estudantil, serão como cócegas.

Será uma busca incessante pela cura. Os médicos falam em quatro meses, mas todos sabem que este é o prognóstico mais otimista possível, além do tratamento, haverá a queda de cabelo, unhas, redução de anticorpos, que limitará suas aparições em público a quase nenhuma. Isso prolongará a no mínimo até o final do ano seu tratamento.

Aliás o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, poderia ser renomeada para Programa de Aceleração à Cura. Era tudo o que a Dilma desejara. Era tudo o que o PT desejara.

A cura não restringiria apenas no caráter da saúde dela, e sim a todo país. Imaginem a cura, por exemplo, dos políticos corruptos, dos mensaleiros e dos funcionários fantasmas. A cura do excesso de ministros, do excesso de diretorias no senado e do foro privilegiado. Além é claro, da cura do tráfego de influências, dos apadrinhamentos e dos julgamentos atrapalhados.

Talvez esse PAC acelerasse de verdade o crescimento do Brasil, curando estas feridas tão doloridas que estão necrosadas na política nacional, em vez de obras estruturais que estão, de verdade, beneficiando o país, porém em troca de votos oportunos em 2010.

Independente de a Dilma continuar sendo ou não a pré-candidata do PT para as próximas eleições, não ganhará o meu voto. Mas como qualquer ser humano merece estar curada até lá desse mau, com a vida em ordem, para acirrar ainda mais o embate político que nos vale o sentido democrático desta nação.

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