quinta-feira, 26 de março de 2009

Política X Tradicionalismo

Um tema levantado no programa “Pinga fogo” da semana passada me chamou a atenção e acho que deve haver uma repercussão maior e que a comunidade se intere do que vem acontecendo.

No início da década de 90 foi construída em Butiá a sede da 2ª Região Tradicionalista, denominada Ibraim Charão, em homenagem ao primeiro coordenador regional e se situava próximo a Corsan, onde hoje é a padaria da prefeitura municipal. A 2ª RT abrange os municípios de Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Butiá, Charqueadas, General Câmara, São Jerônimo, Minas do Leão e Vale Verde.

As regiões tradicionalistas (RT’s) são divisões regionais que o Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG – usa para administrar o tradicionalismo no Rio Grande do Sul. Pra quem não sabe, equivale-se a como se o MTG fosse um parlamento com seu presidente, vices, secretários e conselheiros, e as regiões como ‘estados’, os coordenadores como ‘governadores’ e suas sedes, como as ‘capitais’.

Butiá foi por durante uns dez anos a ‘capital’ da 2ª RT, mesmo quando os coordenadores não residiam aqui, ao menos uma vez por semana, tinham expediente na sede. Ali eram realizadas reuniões, festividades durante a Semana Farroupilha e também havia milhares de documentos e fotos históricas arquivadas, além de mobílias características preservadas.

Por um impasse político, ou por qualquer outro motivo que nunca foi explicado até hoje, a sede deixou de ser usada por volta de 2001/2002. Nessa mesma época foi fundada em Butiá a Coordenadoria Municipal de Tradicionalismo de Butiá, a CMTB, órgão que nunca foi filiado ao MTG e que passaria a organizar o tradicionalismo no município.

Mas se já existia a coordenadoria regional, que é a entidade que administra junto ao MTG, o coordenador na época era de Butiá, e ainda sim a sede da 2ª RT era aqui, pra que a criação dessa entidade? Ninguém até hoje sabe. Além de um rodeio ou outro, uma janta aqui ou ali, e as festividades de 20 de setembro, nada em prol do tradicionalismo foi feito por essa entidade. A sede da 2ª RT já abandonada seria dividida com a CMTB, porém isso nunca aconteceu.

Com uma vida curta a CMTB durou apenas os quatro anos da administração do prefeito Fernando Lopes. Passada a eleição de 2004, Sérgio Malta assume o Executivo e a CMTB deixa de existir. Já a sede continuou sem utilização, e nenhuma reunião entre o executivo municipal e a coordenadoria da 2ª RT aconteceu para decidir sobre o futuro da mesma.

Por ser do município e apenas cedida por uma lei, realmente o prefeito tem poder para fazer o que quiser com o prédio, e assim aconteceu. Após mais de quatro anos sem utilização o prédio da 2ª RT foi adaptado para receber a padaria solidária que estava na antiga Escola Roberto Cardoso e a antiga escola passou a sediar a Creche Municipal e o Centro de Referência de Assistência Social – Cras.

Na contramão de tudo que vem acontecendo pela luta na manutenção das bases tradicionalistas, Butiá simplesmente virou as costas para tudo isso. A cidade carece de meios culturais, de incentivo e apoios para jovens aprenderem história, cultivar a tradição e coisas afins. E simplesmente do nada, ignoramos essa situação.

A pergunta é por que nunca houve uma reunião foi realizada para tratarem sobre esse assunto? Por que outro prédio não foi cedido em troca? Por que o tradicionalismo não é levado a sério em Butiá? Será que não está ai uma maneira de socializar a comunidade, e até quem sabe estancar a criminalidade, o consumo e a venda de drogas?
Deixo essas questões a livres respostas de vocês leitores!

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