sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Uma Luz no Fim do Túnel



Em 2001 quando o então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, foi aos canais de televisão anunciar o Projeto Iluminação Pública Eficiente (Projeto Reluz), voltado para "tornar eficientes oito milhões de pontos de iluminação pública e instalar um milhão de novos pontos eficientes.", muitos disseram que o presidente enlouquecera e que o ato não passava de uma nova maneira do governo faturar em cima dos reclames populares por mais segurança. Ainda para o meio rural, FHC lançou o Programa Luz no Campo, que tinha como meta "levar energia elétrica a um milhão de propriedades e domicílios até 2002."

Sob ameaça de um apagão energético na época, a mídia não acreditava na notícia que o presidente dava e foi criticado dos pés à cabeça por isso. A matriz energética brasileira corria riscos e o país poderia entrar em colapso. Investimentos foram feitos, novas hidrelétricas e termelétricas inauguradas e tudo mudou.

Butiá nessa época cadastrou-se para o projeto e foi contemplado. De 2002 a 2008 passaram-se seis anos e pouco se sabia do então Reluz. O Jornal Sobral cansava de publicar matérias intituladas “Projeto Reluz pode finalmente sair do papel”, edições mais tarde noticiava-se “Reluz é mias uma vez adiado”.

Os motivos eram diversos, imensos e inexoráveis. Passou uma administração, entrou outra e a luta junto ao governo, Ceee, e todos os outros órgãos necessários foram incessantes, até que finalmente no segundo semestre deste ano a execução do projeto foi anunciada.

Muita gente ainda descrente julgando como reduto eleitoreiro achou que o projeto não sairia do papel, mas saiu. Passou por algumas dificuldades no meio de sua execução, alguns atrasos, mas está perto de atingir todos os bairros da cidade.
Nesta semana quando chegou ao meu bairro pude ver que Fernando Henrique não estava louco e a importância que o projeto teve para todo Brasil, não só em segurança como se apontava na época, mas em eficiência, economia e desenvolvimento para todos moradores.

Dei uma volta no quarteirão na segunda-feira à noite (dia 24), e vi que não era o mesmo de um dia atrás. No domingo, quando chegava em casa e todas a cinco lâmpadas do poste estavam queimadas, vi uma penumbra preocupante, e pensei: “Quanto tempo o Reluz vai demorar pra chegar aqui?”

Em 24 horas todo o cenário mudou, a escuridão havia sumido, dando lugar a ruas muito bem iluminadas, que apenas por isso já nos dão um ar de segurança. Claro que meu bairro continua a ser o único da cidade sem uma rua asfaltada e com alguns problemas de saneamento. Mas esse foi um passo muito importante.
Uma cidade que quer crescer, que quer desenvolver-se, tem que começar. Não devagar quase parando, nem rápido demais que perca os rumos depois, mas na medida, com um passo de cada vez.

Finalmente o projeto Reluz sai do papel e a cidade começa a enxergar uma luz no fim do túnel.

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