terça-feira, 16 de junho de 2009

Liberdade? Por que se calar?



A Coréia do Norte, considerado o país mais fechado do mundo na atualidade, por não ter regime diplomático com nenhum outro país do planeta terra, anunciou esta semana a condenação de duas jornalistas americanas a 12 anos de prestação de serviços forçados. Ambas receberam esta pena por terem cruzado ilegalmente a fronteira do país e devido à prática de “grave delito” não especificado pelas autoridades locais.

Um dos últimos países socialistas do mundo, resistente desde o fim da União Soviética, curiosamente o nome oficial da Coréia é República Democrática Popular da Coréia. Que de democrática não tem nada! É uma ditadura proletária estabelecida desde 1940 e é administrada por Kin Jong II há 15 anos. Ele mesmo se considera o último stalinista do planeta, referindo-se a Josef Stalin ex-governante dos soviéticos.

Além dos diversos testes nucleares realizados nos últimos dias, o quê enfureceu o mundo todo, os norte-coreanos ameaçaram nesta terça-feira, dia 9, iniciar uma guerra se as pressões aumentarem pela liberdade das jornalistas presas e condenadas.

Ai eu me pergunto e peço que vocês leitores reflitam junto comigo: Onde está a tão afamada liberdade? Refiro-me não só a este país socialista, que é a caixa de pandora da modernidade, mas ao mundo todo. Ouve-se muito falar:
- Este é o período mais liberal do planeta.

Tudo bem que por anos Hitler, Mussolini, Stalin, Fidel, e tantos outros, como o nosso Regime militar e o AI-5 encurralaram a população e tiraram delas de forma quase total o sentido de liberdade, porém hoje mesmo com a “democracia” ela ainda não é uma verdade absoluta. Os próprios jornalistas que o digam.

O sonho da liberdade de imprensa e da imparcialidade são utopias de nós acadêmicos de comunicação. A política rege muito os passos da mídia no Brasil, além dos interesses econômicos. O bonachão Roberto Marinho até sofreu um pouco durante a ditadura, mas viu com o regime democrático e sua influência, seu patrimônio triplicar, assim como o domínio intelectual da população sob os “dogmas” da Rede Globo.

Muitas redações são repletas de listinhas do tipo “esse pode entrevistar”, “esse não pode”, como acontecia com o Correio do Povo até ser vendido para Rede Record. Sem contar os velhos anunciantes que possuem aquela prioridade na notícia ou na omissão dela. E como todo o jornalista tem um ímpeto de escrever e escrever sobre aquilo que quer, a profissão se limita intelectualmente além de limitar a verdade.
Limite e liberdade não são sinônimos.

Pode ser que as jornalistas americanas Laura Ling, de 32 anos, e Euna Lee, de 36, ambas de uma rede de TV da Califórnia tenham extrapolado sua vontade pessoal e mundial que é desvendar a Coréia do Norte e seus segredos, acabando sendo pegas pelas tropas do exército local. Talvez a rede de TV delas nem tenha autorizado elas a irem tão longe, mas na busca pela liberdade de informação, na busca incessante da verdade, acabaram presas e afastadas da mesma.

Será que existirá alguém capaz de libertar a Coréia e seu povo? Ou ficaremos assim, calados para este país que acha ser capaz de dominar o mundo?

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